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terça-feira, 23 de março de 2010

Me pegue pela mão, vamos enterrar nossos problemas na praia.

Noites estéreis e um nó simples, pequeno, mas mesmo que se desfaça, ficará marcado, uma curva impenetrável, inatingível e que não serás mais a mesma curva de antes, flexível e cheia de falhas, dobras mal feitas.

Num lugar qualquer de ruas desertas, ele corre para abraçá-la, ela vira o rosto e retribui. Sua felicidade instantânea, seu sorriso, seu fechar de olhos, seu (...) mais um manhã de sol no rosto, lençol no chão, braços vazios e coração apertado. Levanta e pela casa silenciosa e senta-se a observar o simples balançar das arvores lá fora, não vê nada.

Campainhas soam mais alto do que o real, barulhos atrapalham a escrita, concentração não existe mais. Perguntas que faz a si mesma, não tem coragem de entregar-se. Esconde de tudo e de todos, por fim não consegue resistir e desabafa coisas sem sentido, sem coerência.

Rabisca, sorri, fala com objetos, assiste a TV quase muda com medo do silêncio se repetir, corta camisetas e se arruma, desarruma, espera na sacada. Já se passaram seis minutos. Brilho nos olhos, ela corre pra abraçá-lo e tem vontade de sair por aí, sem dar explicações, sem parar pra respirar, sem formigas subindo pelas mãos, sem telefonemas fora de hora.

Praça escura com pessoas estranhas a conversar, desligar-se dos sons da rua é uma tarefa bem fácil, agradável de se fazer. Na outra extremidade, jovens conversam, tragando seus cigarros. Vontade do cheiro, sentir de perto e negar encostá-lo nos lábios, aquela mistura com a hortelã que ela não esquece.

As pessoas foram se dissipando, assim como aquela velha maneira de ver as coisas, ficaram esquecidas, abominadas, e com isso, outras surgiram. As músicas favoritas também (...) os desenhos, todos amassados e jogados num canto.

Como coisa natural, o princípio foi assustador, agora as coisas ocorrem mais naturalmente ainda, vai deixando levar, se aproximando. Dias embaçados vão clareando, o coração fica mais leve, tranqüilo. O paraíso tem que ser eterno, necessita.

Um comentário:

Hebert disse...

Nunca vou soltar tua mão, te amo tanto.

" Toque o barco sem medo. Gente como você é sempre uma força. "

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