Páginas

segunda-feira, 8 de março de 2010

Nas mais secretas camadas do ser

Por tempos já não mais sabia o valor das palavras, não sentia o entusiasmo de uma criança, não dormia noites mal dormidas, não pensava em não pensar. Tentei me entreter com a leitura, com a música, amigos e Deus, mas sempre tinha um vão querendo ser preenchido, por mais que eu o forçasse a fechar. Tentativas em vão. Não liga não, as pessoas são assim mesmo, hora fazem bem, ora fazem mal, um dia tu aprende a conviver com isso, eu aprendi. Palavras são só palavras. Aprendi isso também. Mas depois de cicatrizes bem curadas, coração fatigado e pouco ar que sobrou, aprendi outra coisa. A confiar, a deixar-se levar e não querer sequer entender. Podes vir de maneira impetuosa, sem medos nem cautela, te levo pra ver as estrelas, te ajudo a contá-las, recontá-las e, por fim, tu deitas no meu colo e eu não te solto nunca mais. Teu abraço esmagador tem magnitudes incríveis, talvez por isso eu não saiba exatamente onde me encontro agora, me sinto perdida, levada pelo teu olhar e teus beijos, numa imensidão jamais vista nem sentida, onde o ar é puro, a brisa que faz balançar meus cabelos é tão suave quanto teu corpo. Acordo sem saber se foi só mais um sonho ou a força da vontade, do querer desesperado e imensurável de agir, de dizer algo a mais antes de ires embora. Em linha reta eu tento te seguir, teu olhar inigualável, corpo quente e as mãos na minha, acabo por vagar mais uma vez, como se tivesse longe, a metros de distância te observando sem dizer nada, te olhar basta. Não precisa correr, você tem muito tempo pela frente menina, calma que é assim mesmo, calma. Repete essas cenas junto comigo? Prometo que permitirei uma bagunçada de cabelo da próxima vez, um caminhar mais calmo, uma sombra pra gente sentar sem pressa de ir embora. Na chuva tu me esquentas, não sinto mais frio do teu lado, teu sorriso me alimenta e tuas palavras me refugiam. Fico a esperar mais uma palavra tua, algo que eu quero dizer e não consigo, mas que espero com mais vontade ainda ouvir de ti. Escrevo de tudo, mas em tudo tu me vens à cabeça, me persegue, dilata minhas pupilas, acelera meus batimentos e me causa insônia. Teus efeitos colaterais(...)

Um comentário:

Hebert disse...

E às vezes eu penso que é mentira sabe !? Fico relendo e não consigo enjoar, dá prazer, amor (...)

Postar um comentário