Páginas

terça-feira, 13 de julho de 2010

Esboço de um caminhar

Queria lhe mostrar o mundo sem nem mesmo conhecê-lo, queria aventurar-se a cada esquina sem qualquer motivo aparente, queria criar desenhos, pinturas, textos, pelos simples fato de tê-lo participando de suas atividades.

Aqueles mesmos jovens que temiam o começo de suas vidas agora se agarravam com todas as suas forças a todos os fios que lhe eram visíveis, debruçados sobre o mesmo calor, respirando o mesmo ar envenenado por flores, agora secas.

Criavam fugas, as malas esperavam arrumadas, prometiam não se atrasar, juravam ter ido, sentido o cheiro, observado de longe, de perto sem se sentir, nunca partiam.

Entusiasmados como estavam, o tempo ganhava vida, pois passava apressadamente. E nesse passar apressado, iam lentos como rochas virando areia, num processo de intemperismo constante, em que cada novo grão que surgia ia sendo levado pelo vento até formar um solo macio junto dos outros grãos, da outra rocha, do mesmo solo. Era lento, macio, firme.


Eram um só.

Nenhum comentário:

Postar um comentário