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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Resistência

Dormir apenas 2 horas numa noite não é tão ruim quanto parece. Acordar cedo tem seu lado bom. Olheiras reveladoras brotam sob pele. Sem sonhar, talvez por não ter dormido, mas a cabeça não para de girar à procura de algo concreto, algo real e seguro, que possa finalmente sossegar. As amigas ligam, arranja desculpas pra não sair, é tudo tão contraditório, se sente entediada na solidão do seu quarto, enterrada em livros, músicas repetidas, mas no fim, o prefere. Não sabe muito bem lidar com tudo isso agora, uma mistura de sensações surgindo, coisas boas na sua maioria. Faz tudo parecer surreal só com um piscar de olhos, não sabe exatamente se ao abri-los, ele estará ali. Quer simplesmente adormecer nos seus ombros, lhe falar coisas bonitas, abraçá-lo pra sempre. O hálito com a mais perfeita mistura de hortelã com nicotina, as risadas sem motivo, as palavras que ela não entende, mas gosta. Um toque em suas mãos e seu medo desaparece, não precisa de mais nada naquela noite, aquilo já basta, naquela noite. Sim, o lamaçal que quase a cobria, se foi com o dele. Chega a irritar a imagem que não mais lhe sai da cabeça. O desejo de tornar tudo tangível novamente não falta, mas a coragem não permite. Espera por uma iniciativa, pensa mil vezes, não suporta a pressão, desiste, sai desesperadamente e procura por algo que nem mesmo faz ideia do que seja, não agüenta nem dez minutos longe da tela do computador, volta. O sono começa a perturbar, as teclas parecem desviar dos seus dedos, as palavras não surgem, está estagnada, não sabe mais o que dizer. Ela só o queria pra si.

Um comentário:

Hebert disse...

às vezes tu me mata, mas, é uma morte bonita, bem bonitinha <3

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